Créditos: Blitz



 Foi com a plateia totalmente esgotada - e as bancadas mesmo muito bem compostas - que os Rammstein regressaram finalmente a Portugal. Na bagagem traziam os norte-americanos Combichrist como "banda de suporte" e, mais importante que tudo o resto, a novidade Liebe ist für Alle Da , mote para a digressão europeia que começou ontem em Lisboa e que se vai estender quase até ao final de Março do próximo ano.

Às 20:00 em ponto subiu então ao palco o colectivo liderado por Andy LaPlegua, que tratou rapidamente de fustigar os presentes com uma valente descarga de industrial com tendências electro. Percebeu-se desde logo que o som que vinha das colunas estava tão pouco equilibrado como é habitual no Pavilhão Atlântico e que uma grande parte do público não estava familiarizado com o material de discos como We Are All Demons ou What The F**k is Wrong with You People?, mas "Blut Royale" ainda pôs muito boa gente a abanar o esqueleto - foram 30 minutos de uma verdadeira bujarda de som enérgico, injectado de tribalismo e imaginário cyber-goth. Meros danos colaterais, para todos aqueles a que só interessavam as grandes atracções da noite.

E não eram poucos; às 18:00 a zona circundante ao Pavilhão Atlântico já se tinha transformado num mar de t-shirts pretas e acessórios pontiagudos e nem a chuva fez arredar pé os mais impacientes que iam engrossando as filas de entrada. A espera ainda seria longa e já passavam dez minutos da hora marcada, as 22:00, quando os Rammstein abriram, de forma triunfante e debaixo de uma chuva de aplausos, caminho para o palco à machadada e martelada. Literalmente. Dois vultos rasgaram uma parte do cenário, todo ele em tons bastante negros e mórbidos, à semelhança do imaginário gráfico explorado no último álbum e, com um enorme foco branco a ofuscar a audiência, os cinco músicos apareceram como por magia no cenário.





"Rammlied", "B********" e "Waidmanns Heil", todos de Liebe ist für Alle Da, deram início à prestação e mostraram desde logo que o grupo estava apostado em mostrar material novo. Foram, no total, nove os temas do último álbum que tocaram durante os cerca de 90 minutos que estiveram em palco. E, se isso funcionou em pleno no controverso single "Pussy" ou em "Frühling in Paris", também ficou bem patente que este não é o registo mais equilibrado dos Rammstein. Para cada "Wiener Blut", interpretado num cenário apropriadamente macabro, há uma "Haifisch", uma daquelas canções que quebram a fluência ao vivo como em estúdio.

 



 

Houve também tempo para ouvir ainda alguns clássicos como "Keine Lust", "Du Hast" ou "Engel" e, claro, para tentar digerir devidamente todo o espectáculo de luz e fogo que tornou os concertos do grupo famosos. Houve petardos e pirotecnia a rodos, um cenário mutante (primeiro mais negro, depois mais fabril e, no final, mais festivo); houve os já conhecidos "lança-chamas faciais" em "Feuer Frei!", uma estrutura de luzes em movimento constante, dildos, um canhão de espuma e uma explosão de confettis em "Pussy" e até um pequeno elevador que permitiu ao vocalista Till Lindemann dar um "banho de fogo" ao teclista Flake.

Registaram-se ainda alguns percalços inerentes a qualquer espectáculo inicial de uma tour (como a falha no keytar de Flake no início de "Pussy"), mas os Rammstein acabaram por dar aos fãs tudo aquilo que esperavam deles. Talvez à excepção de alguns temas mais icónicos (Rammstein"? "Mein Teil"? "Buch Dich"? "Du Riechst So Gut"?), que ficaram fora do alinhamento e podiam perfeitamente ter sido incluídos no lugar de algum "filler" do último álbum. No entanto, irrepreensíveis na prestação visual e, apesar de um som geral demasiado estridente, técnica. Ao vivo, pelo menos, continuam de boa saúde.

 

 

 

 

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Blogger SóbitoS comentou:
Este comentário foi removido pelo autor.
16 de novembro de 2009 às 00:30  
Blogger SóbitoS comentou:
como soubeste?
adorava ter ido.
foi uma das bandas que me "lançou" para o mundo da musica(asserio)!
o próximo concerto vamos todos!fica todo por conta do razor!
LOL
ABRAÇO
16 de novembro de 2009 às 00:31  
Blogger Oliveira comentou:
se o razor pagar eu vou!!!!!!!!!

muito fixe....

abraço
16 de novembro de 2009 às 20:40